Blast from the Past: South Park (PS)






"Eu estou indo para South Park e vou me divertir; rostos amigos em cada canto, gente humilde sem tentação; estou indo para South Park deixar minhas preocupações para trás!". A divertida canção tema do desenho de sucesso da Comedy Central promete muita alegria àqueles que visitam South Park. Mas será que os jogadores se sentiram assim quando a Acclaim lançou o primeiro jogo da série para PlayStation? O humor politicamente incorreto da série não agrada a todos, e o jogo também dividiu a crítica na época. Mas será que hoje em dia o jogo presta ou fede como o cocô natalino Mr. Hankey?

“Respeite minha autoridade!”

Seth Mcfarlane e seu Family Guy como grande expoente do humor americano?
Veja nossa cara de aprovação.

Caso você viva numa caverna e nunca tenha ouvido falar sobre o desenho, South Park é uma famosa série de animação que estreou em 1997 na televisão americana, no canal Comedy Central. Criada pelos amigos e humoristas Trey Parker e Matt Stone, o programa soma hoje mais de quinze anos no ar, e continua sendo uma das opções mais relevantes, criativas e engraçadas na televisão. Mas foi no final da década de 1990 que South Park chegou ao auge de sua popularidade e se tornou uma verdadeira febre. Havia lancheiras, bonecos e cadernos dos personagens em cada esquina. E, como sabemos, tudo que faz sucesso em algum momento acaba virando jogo de videogame, não é?



Trey e Matt trouxeram nova relevância
aos musicais da Broadway com sua peça.

Publicado pela extinta Acclaim, e desenvolvido pela também fechada Appaloosa Interactive (cujo jogo mais famoso continua sendo Ecco: The Dolphin para o velho Mega Drive, o que não é exatamente um bom sinal), South Park utilizava a mesma engine do excelente Turok 2: Seeds of Evil, um dos melhores FPS da geração. Até por isso South Park acabou não recebendo exatamente um mar de elogios em seu lançamento, pois a comparação com o jogo do índio caçador de dinossauros era inevitável. Enquanto Turok era um jogo incrivelmente extenso e complexo, South Park era simplório e repetitivo em sua essência. Mas então por que estou escrevendo um Blast from the Past ao invés de um Blast from the Trash? Para simplificar bastante as coisas, o jogo possui um grande apelo para quem é fã do seriado, e mesmo hoje em dia ainda pode garantir boas horas de diversão, apesar de seus inúmeros defeitos.

Além disso, como Trey Parker e Matt Stone participaram do processo criativo de elaboração do jogo, não deixa de ser interessante dar uma olhada no produto independentemente de seus defeitos, até porque hoje em dia os dois figuram entre os nomes mais relevantes do humor mundial, lançando filmes geniais como Team America, e criando a maior sensação recente da Broadway, o musical The Book of Mormon. Então muito embora seu primeiro jogo não seja perfeito, ainda é uma boa ideia respeitar a autoridade dos caras, e estudar sua primeira empreitada nos videogames como uma peça importante da história do humor.


Meteoro da paixão

A abertura do desenho é reproduzida fielmente no jogo

A trama do jogo não poderia ser mais absurda, e parece até um esquete do Monty Python de tão surreal. A confusão começa quando um cometa se aproxima da Terra, mais precisamente de South Park. De algum modo isso faz com que os perus se organizem em exércitos, as vacas fiquem violentas, robôs e brinquedos ganhem vida, clones gigantes do mal destruam a cidade, e até mesmo alienígenas resolvam dar as caras para atormentar as pessoas com sondas inseridas em lugares indesejados. Pois é, faz bastante sentido essa história.


Como sempre, cabe a quatro crianças de South Park a tarefa de resolver essa crise e impedir a destruição da cidade. Eric Cartman, Stan Marsh, Kyle Broflovski e Kenny McCormick iniciam sua jornada quase sem ajuda alguma, já que o sempre hilário Butters ainda não fazia parte da turma na época, e o grande amigo Chef, embora apareça com alguma frequência, parece mais preocupado em cantar canções sobre seu poder de sedução com o sexo oposto do que em fazer parte da luta contra os inimigos.

Hordas e mais hordas e mais hordas e mais hordas e mais hordas…

Mas o que realmente interessa em um jogo é sempre sua jogabilidade, e infelizmente neste quesito South Park não é um título dos mais inspirados. O esquema de controles é bem aceitável e não difere muito dos grandes FPS da geração, então o grande problema reside mesmo no design das fases e dos inimigos, que é pífio. O jogo é razoavelmente curto, levando cerca de cinco ou seis horas para ser finalizado. Em cada uma das poucas fases, você vai precisar andar até encontrar uma horda de inimigos disposta a acabar com você. Lembra dos velhos beat ‘em ups, em que era preciso matar todos os adversários para continuar andando? É mais ou menos assim por aqui. Se ao menos houvesse variedade, isso seria um pecado perdoável, mas na maior parte do tempo você vai passar minutos enfrentando dezenas de oponentes iguais.

Ao menos os heróis utilizam uma série de armas nada ortodoxas (como lançadores de vacas e bolas de neve cheias de urina) para dar conta dos vilões e garantir alguma diversão. E como todos os personagens tiveram suas vozes fornecidas pelos mesmos dubladores da televisão, você pode esperar uma boa dose de risos ao longo da aventura. Só o roteiro afiado e repleto de referências à serie de animação provavelmente já é motivo suficiente para você fechar as repetitivas fases com um sorriso no rosto.


Super melhores amigos

Um exemplo do único modo de jogo multiplayer
do disco, a competição head to head.

O jogo conta ainda com um multiplayer bem padrão, mas ainda assim divertido para os fãs da série que quiserem apenas curtir um pouco com os amigos. Conforme o jogador avança pela campanha principal, são liberados códigos que permitem a utilização de mais personagens, como o sexualmente confuso professor Mr. Garrison, o incompetente policial Barbrady, os flatulentos Terrance e Phillip ou até mesmo o sempre alegre Big Gay Al. Esse é certamente um belo incentivo para terminar a história principal, mesmo que você já esteja de saco cheio de enfrentar hordas e mais hordas de inimigos iguais.


Apesar da enorme quantidade de personagens jogáveis, o multiplayer possui opções bem escassas e limitadas, não sendo possível customiza-lo adequadamente para estender sua vida útil. O fato é que é tudo muito simples, e você vai apenas sentar com um amigo e competir em duelos até a morte, utilizando o mesmo arsenal já visto na campanha Single Player. É o suficiente para distrair por alguns minutos, mas muito longe de poder ser considerado algo obrigatório.


Past ou Trash?

Se você é fã de South Park e assiste todos os episódios religiosamente, considere este texto um Blast from the Past, e tire a poeira do PlayStation para relembrar a primeira incursão da série nos videogames enquanto se prepara para o lançamento de South Park: The Stick of Truth, que promete ser um grande jogo para PlayStation 3. Agora, se você torce o nariz para o senso de humor politicamente incorreto do desenho, ou simplesmente não tem a menor disposição para um FPS mediano, pode considerar isto aqui um Blast from the Trash e passar longe. (Ou rever seu gosto e passar a acompanhar um dos melhores e mais engraçados programas da televisão.)




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Postado por : Adm ~ um blog que lhe informa tudo que acontece no mundo do PlayStation

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